O Grupo de Pesquisa Geografar: A Geografia dos Assentamentos na Área Rural convida para a Exposição: Do rio que era doce às águas do semiárido: Contradições do modelo mineral.

 

A proposta é uma realização do Comitê Nacional dos Territórios Frente a Mineração e já percorreu os estados de São Paulo, Pará e Maranhão. Antes de Salvador, a exposição passou por Caetité (BA) onde foram realizados debates, mesas e visitações guiadas. Toda a articulação na Bahia ocorreu junto a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento pela Soberania Popular da Mineração (MAM), o Movimento Paulo Jackson, entre outras entidades apoiadoras.

 

A exposição discute  o modelo mineral brasileiro a partir do desastre/crime de Mariana e dos danos causados pela mineração na Bahia. Usando a arte para estimular o debate em torno do modelo mineral brasileiro, a exposição será aberta durante o Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão da UFBA - 2017, em Salvador, de 17 a 20 de outubro.

A mostra nasceu meses após o rompimento da barragem de Fundão, que, em novembro de 2015, deixou a região de Mariana (MG) coberta por rejeitos tóxicos. O rastro de lama chegou até o oceano Atlântico e, com ele, cresceu também a necessidade de se discutir as ameaças socioambientais representadas pela mineração. A contaminação da água e do solo, o inchaço e a sobrecarga das capacidades dos municípios que abrigam barragens e os problemas de saúde de sua população são apenas alguns exemplos.
 
A exposição traz mais de 50 fotos sobre Mariana, sobre a mineração em territórios de diversos estados brasileiros, exibição de filmes, rodas de conversa e palestras sobre o modelo mineral brasileiro. Merecem destaque a tela O Rio que Era Doce, de 14 x 3 metros, da artista plástica argentina, Leila Monségur, e as maquetes desenvolvidas por Ricardo Silly e Gabriela Vergara, que, com movimentos e sistema hidráulico reproduzem o complexo de Mariana antes do rompimento da barragem e logo após o desastre, com lama se espalhando – bastante didáticas, as maquetes ajudam o público a entender como funciona a mineração e a gravidade de seus impactos, especialmente em termos de contaminação da água.
 
No dia 18/10 será realizada uma mesa sobre o "Panorama dos conflitos minerais na Bahia", às 14 horas, no Auditório Yeda Ferreira Andrade, no Instituto de Geociências (UFBA).